A mulher muito desejada pelos
homens conta, sem pudor, o seu segredo para deixá-los loucos por ela: “Eu piso
neles. Digo que vou telefonar e não telefono. Combino de sair com eles e na
hora furo. Desprezo-os, maltrato-os mesmo. Eles ficam louquinhos por mim!”
Quem já
teve o infortúnio de ser vítima de uma pessoa como esta, talvez desconheça o
fato de que elas são, na verdade, umas predadoras. Insensíveis. Só aquele que já
passou pela experiência de ter os seus sentimentos manipulados de tal modo, sabe
como isto é doloroso. Entretanto, existem pessoas que acham que isto é que é o amor.
Isto nem
mesmo em nada tem a ver com a arte da conquista. Pelo contrário, mais se assemelha
a algum tipo de manifestação de sadismo pela qual um exerce o seu poder sobre o
outro através da tortura emocional. As que agem assim, dão a isto o inocente
nome de “joguinhos de conquista”. Mas longe disto ser algo inocente, é, na
verdade, uma forma equivocada de perceber o outro, sem levar em conta os seus
sentimentos ao agir para conquistar a sua afeição, mesmo que faça isto sem
maldade alguma. Só as pessoas inseguras é que jogam o tempo todo, incapazes que
são de cultivar uma relação de confiança e sinceridade, estão sempre aflitas em
obter provas do amor do outro.
Para
tanto, umas somem propositalmente por alguns dias para forçarem o outro a
procurá-la e assim terem certeza de seu amor. Outras marcam compromissos que
desmarcam em cima da hora (isto quando se dão ao trabalho de fazê-lo) com o
intuito de deixar o outro com mais vontade ainda de vê-la, enfurecido por ter
esperado tanto tempo em vão. Ou simplesmente não atendem aos telefonemas do
outro, ignoram os seus e-mails e “torpedos” para demonstrar que têm mais o que
fazer. Ou simplesmente se fazem de difíceis inventando desculpas inverossímeis
cada vez que recebem convites para se encontrarem. É assim que muitas agem
quando percebem que são desejadas, é assim que exercem o seu poder sobre o
outro, esmagando o seu coração.
Alguém
pode achar que este tipo de mulher sabe como “domar” os homens e que ela se dá bem
no amor. Pelo contrário, tal comportamento a transforma numa espécie de desafio
para eles que, ao se satisfazerem, finalmente, perdem o interesse, somem como
uma criança que cansou do brinquedo novo. É neste momento que ela, então,
transforma-se em vítima e os homens em “todos são iguais”. No entanto, refazem-se
procurando uma nova vítima e o resultado é mais um desapontamento.
Infelizmente, estas mulheres entram num ciclo vicioso sem perceberem o mal que
fazem a si mesmas. Então, por que não serem sinceras e demonstrarem de início
que estão interessadas pelo cara ou despachá-lo de primeira?
É
estanho o comportamento humano e os motivos que tornam a sua psiquê satisfeita.
Outro dia uma amiga contava para outra que estava relacionando-se com um homem sádico que a submetia a todo tipo de perversão e humilhação: “Encontrei
finalmente o homem da minha vida”, disse ela feliz.
Salvador, 14 de agosto
de 2013.
6 comentários:
O homem gostava de fazer a moça sofrer, era ele o perverso? Então ele era sádico e não masoquista. Masoquista era ela, que se submetia a esse tratamento. Ou estou errada?
Esse comportamento feminino é algo enigmático mesmo.
É para pensar na filosofia das conquistas, mas, como eu já sou, há muito tempo, carta fora do baralho, não corro mais esse tipo de risco...
Essa e uma dura realidade, mas quem mais sofre sao os que jogam, porque os parceiros quando «descobrem» o jogo o abandona. Assim os jogadores vivem um circulo vicioso dando em lugar nenhum.
Sadismo e masoquismo andam juntos, e são muito comuns nos "jogos de amor". Realmente não se pode chamar de amor. Quem assim o faz, nem conhece o verdadeiro amor, entrega, vontade de fazer o outro feliz, altruismo, desinteresse material, enfim, só sabe quem sente, impossível adjetivar.
Ana Teresa Mello Fiuza
Gostei do texto.
Tem um leve toque reacionário no final, ao falar da natureza do prazer... sadismo e masoquismo são formas de prazer que satisfazem a quem o praticam. Vi um julgamneto subjetivo no texto, bem como nos comentários aqui. ahhahah toda maneira de amar vale a pena. E amar no sentido da entrega dos corpos também. Mas os jogos de conquista, será que valem? eu não descartei algumas partidas. Em muitas ganhei, noutras perdi. O que as pessoas ainda não entendem é que o que tem de dar certo, dá, independente do amor ser jogo. Se ainda não deu certo, é preciso relaxar, a maré de azar passa! Caroll
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