sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Sobre Peitos Duros e Fartos, Um Inconveniente Bigode e Um Ato de Bravura!

Ao ler numa revista semanal a matéria sobre a nova mania nacional dos seios grandes e fartos – nós, brasileiros, outrora, sempre tivemos profunda admiração pelo derrière avantajado, – lembrei que, no passado, era costume tê-los pequenos, como uma fruta delicada à espera de ser chupada. Muitas mulheres, então, as que tinham os seios fartos graças a um capricho da natureza, cuidava de reduzi-los para que estes deixassem de ser objeto de atenção e cobiça de olhares maldosos, e, porque era feio mulher de peito grande! Para onde iriam aquela porção que fora extirpada do corpo feminino, eu me perguntava intrigado, haveria algum banco de peitos que os doava para as outras desafortunadas que os desejavam maiores do que os que o Criador as proveu? Para o conhecimento da cara leitora, eu sempre fui uma pessoa discreta e modesta, cuja preferência sempre foi pelo tamanho pequeno e que caiba exatamente na palma de uma mão.

            Toda esta falação sobre mamas me fez recordar de minha infância e buscar naquele período uma explicação que justificasse a minha predileção pelos tamanhos pequenos e discretos. Eu, então, deveria ter pouco mais que doze anos de idade, quando na aula de educação física, dei um jeito na perna que passou a me incomodar na articulação à altura do quadril, dias depois. Fui me consultar com um ortopedista cujo sobrenome lembrava uma marca famosa de descarga fechaduras: Goldsmith.

            Depois da breve consulta, ele prescreveu-me sessões diárias de “forno” durante o período de duas semanas. O dito “forno” era uma estufa cujo formato assemelhava-se a um grande cilindro cortado ao meio e colocado sobre uma cama sobre a qual deitávamo-nos para que este fosse posicionado na altura da lesão que, ao ser ligado, emitia ondas de calor que prometiam livrar o paciente de seu tormento.

            Na primeira sessão, que começou logo no dia seguinte, fui atendido pela enfermeira, uma negra retinta do corpo forte e largo e, também, possuidora de um par de seios enormes que pareciam querer saltar fora do apertado uniforme. Entretanto, não foi o tamanho avantajado de suas mamas que me chamou a atenção, e sim um fino bigode acima de seus lábios, cuja fartura de pelos gritava aos olhos. Eu jamais vira em toda minha vida uma única mulher com um bigode igual, e aquilo me causou antipatia.

            As sessões de fisioterapia ocorriam depois da escola, que era no turno vespertino, e a noite já tinha caído quando eu chegava à clínica. Como eu era o último paciente do dia, só ficávamos eu e a enfermeira de bigodes. Na primeira sessão, ao entrar na pequena sala onde estava o “forno”, ela pediu-me gentilmente que tirasse as calças e deitasse na cama em decúbito dorsal. Em seguida, moveu a estufa até a altura do meu quadril e ligou-a, deixando-me sozinho cozinhando. A Sra. Bigodinho, como eu, gentilmente, a apelidei, controlava o tempo através de um pequeno aparelhinho redondo que lembrava um chaveiro e que o deixava sobre a cama ao meu lado. Quando terminava o tempo, este emitia um alto e estridente zumbido e ela, então, reaparecia para desligar a estufa para que eu me levantasse.

            Na terceira noite, ao final da sessão, algo surpreendente aconteceu. Eu estava vestindo as calças, de pé, ao lado da cama, quando a enfermeira aproximou-se, oferecendo ajuda. Apesar de minha recusa, ela foi insistente. Depois de ajudar-me, ela, então, foi empurrando o seu forte corpo contra o meu até me deixar preso entre ela e a parede, sufocando-me entre os seus enormes peitos e o sorriso de seu bigode o qual me causava aflição. “O garotinho gosta de mulher?” Eu, assustado com aquela novidade, apenas respondi: “Ainda não provei.” E, conseguindo desvencilhar-me dela, corri aturdido para a porta de saída, indo embora em disparada.

            Na sessão do dia seguinte, mal pude olhar para ela, achanado que estava, mas vi o suficiente para notar que ela usava um uniforme cujo decote mostrava até a altura do umbigo. Senti o estomago embrulhar Ela veio até a salinha e, num tom que era mais uma ordem que um pedido, mandou que eu tirasse as calças. De olho no meu cacete, que jazia acanhado por dentro da cueca, ela perguntou assim com o seu bigode: “Você tem namorada?” Respondi que não. “Você já usou essa coisinha numa mulher?” Não respondi.

Ao final da sessão, quando o aparelhinho zumbiu, ela voltou até a sala onde eu estava e me imprensou novamente com seu corpo grande e forte contra a parede, fazendo o meu rosto quase sumir entre os seus peitos. “O bebê não quer mamar? Mama um pouquinho na titia vai.” Disse aos sussurros esfregando os peitos grandes quase nus no meu rosto ainda virgem. Eu não sabia o que era pior, seus peitos em minha cara ou a visão tão próxima de seu bigode. “Não obrigado, eu tenho intolerância a lactose.” Respondi com o coração quase explodindo de medo e escapulindo de suas garras.

            Aquelas sessões de fisioterapia se, por um lado, estavam fazendo um bem à minha perna, por outro, me deixavam aflito a cada vez que tinha de reencontrar a Sra. Bigodinho. Na sessão do dia seguinte, eu já tinha uma estratégia preparada para me livrar dela. Antes de o aparelhinho zumbir para que ela viesse ao meu encontro, eu já tinha me vestido novamente e ido embora em disparada, para o seu desapontamento.

Mas ela era esperta demais, porque na sessão seguinte, ela não deixou ao meu lado o aparelhinho que contava o tempo, deixando-me totalmente desorientado. Deste modo, eu não podia me antecipar a ela. Quando a sessão terminou, ela apareceu na sala com um sorriso maligno em seus lábios por baixo daquele bigode ridículo. Mas eu já estava preparado para ela, depois de ela ter ligado o forno e saído, eu dei um jeito de pular fora da cama e vestir novamente as minhas calças, fazendo aquela sessão vestido. Quando ela retornou, ao mover o forno para que eu saísse e percebeu que eu estava de calças, ela deu um sorriso sínico. “Espertinho, heim?”. Ali, na beirada da cama, ela me bloqueou a passagem com seu corpo sólido e, sabendo qual era as suas intenções, corajosamente, enchi minhas duas mãos com seus peitos que eram maiores do que eu conseguia segurar, e os apertei com força sentindo a sua dureza até ela fechar os olhos e soltar um gemido em êxtase. Como se não bastasse, ela ainda foi aproximando a sua boca da minha com aquele bigode repulsivo. “O bigode não, assim já é demais!”, gritei para mim mesmo. Transformei os meus polegares e indicadores num alicate e apertei os seus mamilos com o que me restava de força até ela soltar um ganido voluptuoso e pular para trás. “Assim você me mata, menino!” Aproveitei a deixa e fugi daquele consultório o mais rápido que pude. Depois daquele dia, me dei por curado e me dei alta, nunca mais voltei àquela câmara de torturas! E esta é, provavelmente, a causa de minha predileção pelos peitos pequenos.

Chapada Diamantina, 9 de fevereiro de 2013.
           
            

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado Cristiano! Mexeu com a imaginação. Abraço!
Danilo Fonseca